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Diagnóstico e Apoio: Entender para Acolher

A jornada começa com a informação certa. Aqui, você encontra caminhos para reconhecer sinais, buscar ajuda especializada e construir uma rede de apoio.

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Como funciona o diagnóstico?
O diagnóstico de uma condição relacionada à neurodivergência, como autismo, TDAH ou dislexia, é um processo multidisciplinar que envolve a observação clínica, entrevistas e aplicação de testes padronizados. Esse processo deve ser conduzido por profissionais qualificados — psicólogos, psiquiatras, neurologistas ou fonoaudiólogos — de forma ética e empática. Importante destacar que nem todas as pessoas neurodivergentes buscam ou necessitam de um diagnóstico formal. No entanto, para aquelas que desejam compreender melhor seu funcionamento ou acessar determinados direitos e serviços, o diagnóstico pode ser uma ferramenta de autoconhecimento e apoio.
Tipos de intervenção
As intervenções para pessoas neurodivergentes são diversas e devem ser sempre personalizadas. Elas não têm como objetivo “corrigir” a pessoa, mas sim oferecer suporte para seu desenvolvimento, autonomia e bem-estar. Entre os tipos mais comuns estão a terapia ocupacional, acompanhamento psicológico, fonoaudiologia, psicopedagogia e mediação escolar. Além disso, o apoio pode envolver adaptações sensoriais, construção de rotinas, estratégias de autorregulação e desenvolvimento da comunicação. A escolha da intervenção depende das necessidades, preferências e contexto de cada indivíduo — e, sempre que possível, deve ser construída em diálogo com a pessoa neurodivergente.
Abordagens
ABA (Análise do Comportamento Aplicada)
Muito utilizada especialmente no contexto do autismo, a ABA busca promover comportamentos funcionais e reduzir comportamentos que interfiram na qualidade de vida. É uma abordagem estruturada, baseada em reforço positivo.
Observação: apesar de seus resultados em alguns contextos, há críticas quanto ao uso excessivo de protocolos rígidos que desconsideram a individualidade e o bem-estar emocional da pessoa. Hoje, discute-se amplamente a importância de uma ABA humanizada e centrada na pessoa.
TEACCH (Treatment and Education of Autistic and Related Communication-handicapped Children)
Foca em adaptar o ambiente à pessoa, ao invés de tentar adaptar a pessoa ao ambiente. Trabalha com a organização visual do espaço, rotina previsível e uso de materiais estruturados. Promove independência e senso de segurança, sendo amplamente adotado em contextos escolares e terapêuticos.
DIR/Floortime (Developmental, Individual-differences, Relationship-based Model)
Valoriza as diferenças individuais e emocionais da pessoa, promovendo o desenvolvimento por meio do vínculo afetivo e da brincadeira. É uma abordagem relacional, que coloca a pessoa neurodivergente como protagonista do processo e convida os cuidadores a entrarem no seu mundo, ao invés de moldá-la ao mundo externo.
Modelo Social da Deficiência
Ao invés de focar na "correção" de características individuais, o modelo social entende que as dificuldades enfrentadas por pessoas neurodivergentes estão nas barreiras sociais, comunicacionais e ambientais. A intervenção, aqui, foca em remover essas barreiras e garantir acessibilidade, respeito e inclusão. É uma abordagem amplamente defendida por ativistas neurodivergentes.
Comunicação Alternativa e Ampliada (CAA)
Para pessoas não falantes ou com dificuldades de comunicação verbal, essa abordagem oferece recursos como pranchas de figuras, aplicativos, gestos ou tecnologias assistivas. A CAA reconhece que toda forma de comunicação é válida e deve ser respeitada.
Abordagens centradas na pessoa
Se baseiam na escuta ativa, na autodeterminação e no protagonismo da pessoa neurodivergente em suas escolhas. São ideais para adultos ou jovens que desejam construir seus próprios caminhos, valorizando preferências, limites e identidade.
Adaptações
Adaptações são modificações realizadas em ambientes, materiais ou rotinas para garantir que pessoas neurodivergentes possam participar com equidade. Elas podem ser simples — como permitir o uso de fones de ouvido para reduzir estímulos sensoriais — ou mais estruturadas, como flexibilizar métodos de avaliação escolar ou horários de trabalho. O objetivo é remover barreiras e valorizar o potencial de cada pessoa, respeitando seus modos de pensar, sentir e agir. Uma sociedade verdadeiramente inclusiva é aquela que se adapta às pessoas, e não o contrário.
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