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A ADULTIZAÇÃO NAS MÍDIAS SOCIAIS: REFLEXÕES E DESAFIOS PARA A SAÚDE MENTAL DAS CRIANÇAS E ADOLESCENTES

  • Foto do escritor: Cristiane Pertusi, Piscóloga
    Cristiane Pertusi, Piscóloga
  • 27 de ago.
  • 3 min de leitura

O fenômeno da adultização nas redes sociais, que expõe crianças e adolescentes a comportamentos e expectativas de adultos, tem gerado intensas discussões na internet, após um influenciador levantar a questão e chamar atenção para os perigos da sexualização precoce.


Nos últimos dias, as redes sociais têm sido palco de intensas discussões sobre a adultização de crianças e adolescentes, um fenômeno que expõe os jovens a comportamentos e responsabilidades de adultos, muitas vezes de forma sexualizada. A discussão ganhou força após um influenciador popular levantar o tema em suas redes sociais, alertando sobre os perigos dessa exposição precoce e seus impactos emocionais. A questão, que envolve a sexualização nas mídias digitais, vem gerando preocupações entre especialistas da saúde mental, que apontam os graves efeitos sobre a formação da identidade e autoestima dos jovens.


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De acordo com Dra. Cristiane Pertusi, Piscóloga e presidente da Associação Brasileira de Terapia Familiar ABRATEF, a adultização precoce causa danos significativos à autoestima e ao desenvolvimento saudável das crianças e adolescentes. “Expor crianças a papéis adultos não compatíveis com sua fase de desenvolvimento pode resultar em sérios danos psicológicos, como baixa autoestima, ansiedade e problemas de socialização,” explica Dra. Cristiane Pertusi. Ela também aponta que as redes sociais, ao promoverem e monetizarem conteúdos sensuais, intensificam ainda mais essa pressão sobre os jovens, transformando a busca por validação externa em um ciclo vicioso e prejudicial.


Para Carla Salcedo, psicóloga especializada em saúde mental, a consequência desse processo é ainda mais grave. “A sexualização precoce afeta profundamente a forma como os jovens percebem seus corpos e suas relações. Isso pode levar ao desenvolvimento de distúrbios emocionais e psicológicos graves, como transtornos alimentares, depressão e ansiedade,” alerta Carla Salcedo. Ela também acrescenta que a busca por reconhecimento nas redes sociais pode distorcer a visão de mundo dos jovens, levando-os a acreditar que a validação vem de fora, e não do seu próprio valor.


As especialistas ressaltam que as plataformas digitais têm um papel crucial na disseminação desse conteúdo prejudicial. As redes sociais, ao promoverem e monetizarem esses vídeos e imagens, colaboram para a perpetuação do problema. Dra. Cristiane acredita que as plataformas devem ser mais responsáveis. “As redes sociais precisam adotar políticas mais rigorosas, que não apenas sinalizem conteúdos inadequados, mas que realmente os punam e os removam, em vez de alimentá-los e monetizá-los,” defende Dra. Cristiane Pertusi. Também acredita a importância da psicoeducação com as familias (pais) e escolas sobre o tema e juntos construir ações em conjunto para minimizar os comportamentos das familias e dos filhso quanto a exposição na internet


Embora o problema seja grave, Carla Salcedo acredita que há caminhos para enfrentá-lo. É fundamental que pais, educadores e profissionais da saúde ofereçam suporte aos jovens, explicando os riscos das redes sociais e reforçando que a verdadeira validação vem de dentro, não da aprovação externa,” sugere a psicóloga. Ela também destaca que o empoderamento dos jovens é a chave para que eles possam se proteger e navegar de forma saudável no ambiente digital.


Além disso, enfatiza a necessidade de políticas públicas mais eficazes para proteger a infância nas redes sociais. A criação de leis mais rígidas, que punam a exploração sexual e a disseminação de conteúdo inapropriado, é fundamental para garantir a segurança dos jovens.


A adultização nas redes sociais é uma questão urgente que exige uma resposta coletiva de todos os envolvidos: pais, educadores, profissionais da saúde e das próprias plataformas digitais, a solução passa por um esforço conjunto para educar, proteger e empoderar os jovens, além de exigir mais responsabilidade das redes sociais. Proteger a infância e a saúde mental dos adolescentes é uma responsabilidade de todos.


Sobre Cristiane Pertusi (CRP 06/54382)

Cristiane Pertusi é Presidente da ABRATEF – Associação Brasileira de Terapia Familiar. Doutora em Psicologia do Desenvolvimento Humano pela USP.Mestre em Psicologia PUCRS, Especialista em Abordagem Sistêmica pela UNIFESP. Certificada como coach qualificada pela ASTD –The American Society for Training and Development, para ministrar "Coaching Certificate Program". É qualificada pela Fellipelli Instrumentos de Diagnóstico e Desenvolvimento Organizacional para aplicar o Indicador de Preferências Psicológicas - Instrumento MBTI (Myers Briggs Type Indicator).


Sobre Carla Salcedo

Carla Salcedo é psicóloga, neuropsicanalista e especialista em traumas, lutos e emergências humanitárias. Formada desde 2005, possui especializações em Psicossomática, Neurociências aplicadas à Psicologia e Terapia do Luto, além de formação como terapeuta EMDR e aperfeiçoamento em programas internacionais de enriquecimento intelectual. Sua abordagem clínica é fundamentada na neuropsicanálise, com foco no acolhimento de dores emocionais profundas e na construção de estratégias de superação e ressignificação.







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