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Adultalização de crianças e adolescentes: quando a infância é encurtada

  • Foto do escritor: Bruna Fontanella
    Bruna Fontanella
  • 25 de ago.
  • 2 min de leitura

Nos últimos anos, tem se tornado cada vez mais evidente um fenômeno preocupante: a adultalização de crianças e adolescentes. Trata-se de um processo em que jovens são pressionados, direta ou indiretamente, a assumir responsabilidades, comportamentos e padrões emocionais que não correspondem à sua fase de desenvolvimento.


Esse movimento pode aparecer em diferentes cenários: na exigência precoce por desempenho escolar, na sobrecarga de atividades, na romantização de comportamentos adultos, na exposição nas redes sociais ou até em situações familiares em que a criança é convocada a assumir papéis de cuidado e mediação emocional.


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Consequências da adultalização


• Autoestima fragilizada: quando a criança ou o adolescente não consegue corresponder às expectativas “adultas”, pode internalizar a ideia de insuficiência, comprometendo a percepção de valor pessoal.

• Prejuízos no desenvolvimento emocional: pular etapas da infância impede que habilidades socioemocionais sejam consolidadas no tempo certo, gerando lacunas que se refletem na vida adulta.

• Impactos na saúde mental: ansiedade, exaustão, sentimentos de inadequação e até quadros depressivos podem ser consequências diretas da pressão precoce.

• Dificuldades nos relacionamentos sociais: ao serem empurrados para padrões adultos, meninos e meninas podem perder espaço para a convivência lúdica e afetiva com pares da mesma idade, prejudicando a construção de vínculos saudáveis.


Por que esse fenômeno cresce?


Vivemos em uma cultura marcada pela aceleração do tempo e pela valorização da performance. A infância, muitas vezes, é enxergada como uma “pré-vida” que precisa ser rapidamente superada para alcançar a produtividade adulta. Soma-se a isso a influência das redes sociais, que expõem e modelam comportamentos, muitas vezes erotizando e responsabilizando precocemente os mais jovens.


Caminhos para conscientização e prevenção


• Resgatar o valor do brincar como ferramenta central do desenvolvimento.

• Ampliar espaços de diálogo com famílias e escolas sobre a importância de respeitar o ritmo da infância.

• Oferecer suporte emocional a crianças e adolescentes, ajudando-os a expressar sentimentos sem cobrança de maturidade precoce.

• Questionar padrões sociais e midiáticos que promovem a adultalização, incentivando um olhar mais crítico e protetivo.


Pensar sobre a adultalização é refletir sobre o direito fundamental de viver a infância e a adolescência como etapas únicas, cheias de descobertas, aprendizagens e experiências que não podem ser aceleradas. Cuidar disso é investir em uma sociedade mais saudável, empática e preparada para o futuro.


Informações: @brunafontanella.psico

 
 
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