Entre o hiperfoco e a exaustão: entendendo os extremos da atenção na neurodivergência
- Luti Christóforo

- 15 de ago.
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Texto de Luti Christóforo - Psicólogo
Na experiência clínica, é comum observar que pessoas neurodivergentes vivem um paradoxo em relação à atenção. Em alguns momentos, mergulham profundamente em uma tarefa de forma intensa e produtiva, esquecendo de pausas, refeições ou até do tempo. Esse estado, conhecido como hiperfoco, pode gerar resultados extraordinários, seja na criatividade, na resolução de problemas ou na produção intelectual.

Por outro lado, também é comum que essas mesmas pessoas enfrentem grandes dificuldades para manter a concentração em atividades que não despertam interesse imediato. Esse contraste não é preguiça ou falta de disciplina, mas um funcionamento cerebral específico, que responde de forma mais intensa a estímulos que geram envolvimento emocional ou cognitivo, e com menor ativação para tarefas percebidas como monótonas.
Compreender essa dinâmica é essencial para reduzir a autocrítica e encontrar estratégias eficazes de manejo. Uma delas é estruturar o dia com períodos dedicados a tarefas de alta motivação intercalados com pequenas pausas, além de dividir atividades menos estimulantes em partes menores e mais gerenciáveis. Outra é cultivar um ambiente que minimize distrações externas e, ao mesmo tempo, permita liberdade para mergulhar nos momentos de hiperfoco sem culpa.
A neurodivergência nos lembra que produtividade não se mede apenas pela regularidade linear, mas também pela intensidade criativa. Reconhecer e respeitar esses ciclos é um passo importante para transformar um padrão que poderia gerar exaustão em um aliado para o crescimento pessoal e profissional.
Luti Christóforo
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